Peteca: das tradições indígenas ao reconhecimento como patrimônio nacional
A peteca, palavra de origem tupi que significa “bater com a mão”, emerge das tradições ancestrais indígenas como uma das mais autênticas expressões culturais brasileiras. Fabricada inicialmente com fibras naturais como palha de milho e penas de aves, era usada em rituais, celebrações comunitárias e como forma de recreação entre os povos tupis.
Seu percurso até se tornar um esporte formalizado é marcado por marcos históricos importantes: em 1920, durante os Jogos Olímpicos de Antuérpia, atletas brasileiros se aqueciam com o jogo, despertando a curiosidade de delegações estrangeiras, especialmente finlandesas, que passaram a questionar regras inexistentes na época. De volta ao Brasil, Minas Gerais assumiu o protagonismo ao definir o formato oficial da peteca, com quadras regulamentadas, e fomentar a institucionalização da modalidade.
Nos anos 1970, começaram os primeiros passos formais: em 1975, a Federação Mineira de Peteca (FEMPE) foi criada, dando sustentação técnica ao esporte. A oficialização veio em 1985, com o reconhecimento formal pelo Conselho Nacional de Desportos (CND). Depois disso, a modalidade ganhou corpo com o primeiro Campeonato Brasileiro em 1987, e a fundação da Confederação Brasileira de Peteca (CBP), em 2000, consolidou sua estrutura nacional.
Hoje, a peteca transcende fronteiras sob o nome “indiaca”, sendo praticada em mais de 15 países, especialmente na Europa, demonstrando sua força como expressão cultural de alcance global. Essa trajetória reforça sua relevância como um legado vivo dos povos originários do Brasil, agora consolidado como patrimônio cultural esportivo nacional.